quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Balanços

E mais um ano se passou. Faltam poucas horas para mudarmos mais um ano no nosso calendário, e desta vez encerrarmos uma década. Tanta coisa se passou, tanto fica por fazer, apesar do muito que foi feito... e como já tinha feito há um ano atrás, é altura dos balanços anuais.

Gritos

Tantos, mas tantos que ficaram por dizer e por publicar. Temos dezenas de fotos que aguardam a sua publicação nestas páginas, e que ainda hão-de ver a luz do dia. As coisas engraçadas que vamos vendo, as situações caricatas que vamos vivendo, as experiências por que vamos passando. Ficaram muitos gritos por fazer, alguns propositados, outros nem por isso...

O ano de 2009 foi muito rico em eventos, dignos representantes de gritos que ficaram por gritar. As eleições em Portugal, que foram muitas e muito seguidas num curto espaço de tempo, as situações bizarras no panorama internacional com agressões ao papa e ao primeiro ministro italiano. A morte de Michael Jackson. A passagem por Portugal de vultos da musica como os Depeche Mode ou os Rammstein. O divórcio da Madonna... tantas mas tantas que andaram na cabeça por escrever e que acabaram por não ver a luz do dia. A lei do Casamento entre pessoas do mesmo sexo. As opiniões desmedidas da Igreja num país onde temos claramente separada a Igreja do Estado. A intolerância da Igreja para com os seus próprios, como o padre que decidiu abandonar o sacerdócio para casar. Os comboios, que em Portugal vão perdendo cada vez mais a sua posição estruturante...

Mas pronto, em 2010 espero escrever muito mais...

Gostos

Aqui há muito para dizer, felizmente. Começando com os passeios, em que redescobri o prazer de ir a Azeitão (belas tortas e moscatel), a experiência na Festa do Café em Marvão, o passeio ao Fluviário de Mora. O pic-nic bloguista das Caldas da Rainha em que conhecemos tanta gente nova. O ano fecha em cheio com um almoço e convivio entre amigos mais chegados em Coimbra. Depois os concertos que já foram menos este ano... mas que mesmo assim deixam água na boca e um calorzinho na alma...os Anathema na Incrível Almadense, a noite dos Carmina Burana em São Carlos.
O gosto maior que me fica de 2009 é o facto de me começar a sentir muito melhor comigo próprio. A honestidade de não me preocupar com o que possa pensar quem lê este blog (será que eu estou a dizer as coisas e as pessoas podem pensar outra)... e sobretudo e acima de tudo a honestidade de me aceitar como sou, e poder agradecê-lo aos amigos que tem estado comigo. E acima de tudo ao meu amor, que muito me tem ajudado numa enorme "cruzada" comigo próprio.
Não tenho hoje qualquer medo de defender as causas que tenho vindo a defender, como o foi a questão do casamento e da liberdade de expressão para os homossexuais. Por isso finalmente, começa a sair-me de cima da cabeça e das costas um grande peso. E quanto menos me preocupo com o que podem os outros pensar de mim, melhor me sinto, e melhor vou ficando, a todos os níveis.

Os filmes é que este ano foram muitos e muito bons e ao mesmo tempo variados. Sem seguir ordens cronológicas foi o ano em que houve comédias a fazerem-me rir realmente, como foi com "Bruno" do Sasha Baron Cohen e a "Ressaca"... os dramas continuam a não me levar ao cinema, mas gostei de ver o "Amália", feito cá em Portugal... começamos a acreditar nos nossos actores e a levá-los a fazer coisas cada vez melhores. Dos comerciais ficaram-me o "Clone Wars" (sim, eu gosto de Star Wars e não o podia perder), o 6º Harry Potter (que pena estar a chegar ao fim), o 2º da Saga Twilight que apesar de ser um filme bom para teenagers têm o seu quê de interesse. Mas para mim o gosto do ano vai sem dúvida nenhuma para o "Avatar" do James Cameron, e a magnifica rendição da ficção cientifica em 3D. Totalmente credível não só nos efeitos especiais, mas tambem com todo o background biológico e cientifico que quanto a mim o colocam na galeria dos clássicos da Ficção Científica, a par com o 2001 - Odisseia no Espaço, Star Wars, Dune, Quinto Elemento, Alien e tantos outros...

Gatafunhos

É verdade... para os que nos lêem fielmente eu escrevo cada vez mais ao sabor da pena... à medida que as ideias me surgem. Eu que fui um tão anti-blog durante algum tempo (para que é que eu quero um blog?) estou muito mais desenvolto na minha escrita. E isso é bom, porque descobri que inclusivamente há quem goste de me ler ::espanto:: Por isso para 2010, esperem lá por mais uns gatafunhos nossos.

Há de haver e de ficar tanta coisa por dizer... mas é para isso mesmo que serve o blog... para as irmos dizendo e revelando ao longo do tempo. 2010 está à porta, por isso é altura de abrir a porta de par em par, enviar o velho ano para fora, e retemperar forças e ganhar energia para começar em grande o novo ano.

A todos os que nos lêem habitualmente e os que não nos lêem tão habitualmente assim... para os que têm blogues e os que os não têem... um bom ano de 2010, com tudo o que merecem e fizerem por merecer!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Nunca á tarde para...

DESEJAR UM ÓPTIMO NATAL
A TODOS OS BLOGGERS E AMIGOS
QUE ESTEJAM POR AÍ!






quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Reflexões dos dias de inverno que custam a passar...

Há dias em que nos sentimos simplesmente tentados pela melancolia do tempo...esse eterno "conversation-maker" de que tanto gostamos por cá...

E há aqueles dias em que por mais que queiramos rir-nos com uma situação, gozar com alguma outra, simplesmente aproveitar as coisas boas, algo acontece que nos puxa invariavelmente para baixo, e que numa fracção de segundos nos muda o humor.

Agora que passa quase uma semana sobre o que aconteceu, já consigo olhar para trás com uma frieza diferente - aquela que os dias que passam nos trazem - e mesmo assim ser capaz de reconstituir segundo por segundo tudo o que se passou como se se tratasse de um filme visto frame-by-frame.

Naqueles escassos segundos, caminhando pela R. da Escola Politécnica acima, a caminho do Largo do Rato... os escassos segundos em que dura a chamada telefónica:

"O que se passou?"
"Não sei bem... mas suspeita-se de ataque cardíaco"
"Como é que a mãe está? Para onde vai?"
"Acho que está tudo bem, vai a caminho da urgência"
"Avisa-me quando souberes mais alguma coisa"

São os escassos segundos em que a vida nos passa na frente dos olhos. Os momentos em que apesar do turbilhão de emoções ser imenso e intenso, a máscara, a cara continua igual... a frieza nórdica? a maneira de ser? a necessidade de não espalhar a notícia para não alarmar mais ninguem, especialmente a avó... São os momentos em que se pensa... para que serve tudo? para que nos sujeitamos a sofrer tanto? para que nos aborrecemos? deixamos de falar com amigos? abandonamos os que sempre estiveram do nosso lado? Para quê?

A vida continua. E nós continuamos a ser os mesmos... não porque nos provocaram um susto, mas porque nós aqui continuamos, enquanto lá fora tudo mexe, os carros correm, a cidade respira. E porque os tortuosos caminhos do destino me levam para casa da avó, a máscara tem de subir para não a atormentar. Aviso relembrado em mais alguns segundos de telefone:

"Está tudo bem, já falei com os médicos e vou agora para lá"
"então mas está na urgência?"
"Não, já foi para a UCI"
(silêncio)
"Não digas nada à tua avó para ela não se preocupar. Eu mais logo falo com ela"

E sobem as máscaras, mantém-se a cara, a frieza sobe, o rochedo ergue-se.

E tal como em outras ocasiões não tão graves, é o que me vem à memória, mais uma vez:

sábado, 21 de novembro de 2009

Acordo Ortográfico no iGoogle?

Estava muito bem a abrir o meu browser no igoogle quando reparei nisto:


Pelos vistos o A.Ortográfico vai sendo colocado aos poucos sem darmos por isso. E sem nos apercebermos, é alterado discretamente.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

20 anos depois ...

Berlim é uma cidade de história e de histórias. Para mim é um misto de sensações despertadas quando adolescente. Corria então o ano de 1995, eu era atleta do Sporting C.P. (Não do futebol...) e realizava-se então em Berlim a Gymnaestrada - Encontro internacional de Ginástica, uma espécie de olimpíadas da Ginástica com demonstrações pelos vários países. Eram uma sucessão de primeiras vezes: Para mim, era a primeira vez que viajava de avião. Para todo o mundo era a primeira vez que Berlim voltava a receber um evento mundial, depois de reunificada.

Das minhas memórias da época, ficaram-me alguns momentos. A descida de avião e a saída do aeroporto de Schoenefeld. O passeio turístico entre o aeroporto e a Escola onde ficávamos alojados, e que era mesmo ao lado de Alexanderplatz. O metro. O comboio. Antiquissimos, velhíssimos e com sinais aqui e ali de uma contenção e de uma repressão que durou anos... Aqui e ali os sinais da "velha" Berlim. Da opulência das estátuas, da monumentalidade do Reichstag (depois Bundestag), da porta de Brandenburgo, do Tiergarten....

Mas nada me perdurou mais na memória que o dia do Espectáculo de Abertura da Gymnaestrada, e que aconteceu no OlympiaStadion. O estádio olimpico que tinha sido o palco da abertura dos Jogos Olimpicos de Hitler, servia agora para um mundo reunificado, e onde o mundo se juntava de novo em torno de um objectivo comum. O espectáculo decorreu com a apresentação dos países. Finalmente, todos perfilados, apagam-se as luzes e no estádio entram a correr centenas de crianças com lanternas acesas na mão ao som de "The Wall" dos Pink Floyd... e não há nada mas nada que se sobreponha ao arrepio na espinha que se sente nesse momento.

No fim do espectáculo a demonstração alemã de eficiencia ao "enfiar" (literalmente) dezenas de milhar de pessoas num metropolitano já a abarrotar... sensação indescrítivel, mas comentada por quem viajava comigo que parecia que íamos a caminho de um campo de concentração.

Poucas cidades alemãs que visitei depois me deram as sensações que me deu Berlim. E foi só há 20 anos que o mundo mudou, e que a Alemanha reunificada deu ao mundo mais uma lição de como recuperar de tempos difíceis.

...e como o mundo mudou, em apenas 20 anos...

terça-feira, 27 de outubro de 2009

3 Gritos em 1

Hoje a manhã até começou bem, mas pouco depois o dia começou a azedar.

Começou primeiro pela necessidade de pôr gasolina no carro, fui até á galp pois era a mais próxima, todas bombas tinham pelo menos 3 carros em fila, a minha fila andou bem, mas a do lado estava parada e porquê? O indivíduo que ía abastecer e antes de se servir da mangueira saíu do carro muito suavemente, mas voltou ao carro novamente, abriu a porta e tirou uns óculos de mosca. Foi muito lentamente até á mangueira desejada e pegou com muita calma. Abriu a tampa também muito devagar (durante este tempo já o da minha frente tinha abastecido e eu cheguei á frente). Enquanto eu saí do carro fui fazer pré pagamento e voltei para abastecer, a personagem do lado ainda estava a pôr gasolina. Mal eu terminei e ía a entrar no carro começo a ouvir buzinas dos carros do lado. O indivíduo ignorou por completo. Há canalhas fantásticos, não há?


Fui até á Loja do Cidadão no Odivelas Parque para ir buscar o meu nº da Segurança Social por causa do trabalho e cheguei lá eram 11:00 da manhã. E perguntei ao senhor no balcão das informações onde me podia dirigir para o serviço de atendimento que queria. Ele respondeu que as senhas já estavam fechadas à 15 minutos e o último senhor tinha 300 pessoas á frente!!! WTF? Eu até me ri pois esta situação estava bem próxima de uma anedota. E já agora deixo recado, porque é que não fazem mais lojas destas, dava mais empregos e melhorava a rapidez nestes serviços.

De seguida fui até á Caixa Geral de Depósitos para abrir uma conta, porque não tenho. Fiz o pedido e a resposta começou pelos requisitos normais como: comprovativo de morada, B.I., cartão de contribuinte, e comprovativo de vencimento de 6 meses. Neste último requisito referi que precisava da conta para poder ter o comprovativo de vencimento em como recebi o ordenado, e os próximos. Mas o moço dizia que não era possível porque ia precisar na mesma de um comprovativo em como estava empregado. Loooool.
Uau agora para abrir uma conta é preciso dar garantias e estar empregado!
Ou seja: abrir uma conta igual a pedir um crédito.

Ditadura bancária rocks!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Gosto - De Lisboa a Marvão


Marvão foi o destino escolhido para fugir ao típico fim-de-semana na cidade, mas também foi a fuga para ir ao 1º Festival de Café de Marvão.

Partimos de Lisboa depois de almoço em direcção não á ponte 25 de Abril nem á ponte Vasco da Gama, mas sim á ponte das Lezírias pois seria uma travessia mais calma e directa, e optámos pelas estradas secundárias pois não havia pressa e tanto a paisagem ribatejana e alentejana convidava uma viagem de delícia visual.



Após passarmos Coruche e Couço chegámos a Mora, por aqui tudo normal até que ao procurarmos placas a indicar o caminho para Pavia mas entretanto vimos algo que nos fez fazer um pequeno desvio, o Fluviário de Mora. Era cedo e o tempo convidava para um visita. O mais curioso é que o caminho era longo porque demos um voltinha maior :P. Chegámos a um espaço exterior muito apresentável e convidativo.



Entrámos no Fluviário com óptimas condições mostrava uma grande variedade de peixes; desde trutas, raias, carpas, e por aqui talvez seja comum para muitos. Mais á frente em aquários fechados podemos encontrar espécies mais exóticas, desde uma píton, a enguia eléctrica, piranhas, rãs venenosas e muitas mais.



Passamos a uma passadeira exterior por cima de um lago onde somos confrontados por uns gansos que faziam barulhos de um telemóvel a vibrar. Os mesmo estavam acompanhados por um cisne e mais umas carpas no fundo do lago que também nos seguiam. Ao chegar a uma outra entrada reparámos num contratempo de má construção , uma cascata artificial jorrava água por cima da passadeira mas era trânsitável. Entramos numa parte mais documental sobre anfíbios, e á frente podiamos interagir com umas projecções acerca de temas envolvendo os rios, desde poluição a ecossistemas.


Terminamos a visita e voltamos novamente ao caminho pelo Alentejo fora. Fomos em direcção a Cabeção e fomos por uma estrada não muito má mas bastante secundária. A surpresa deste caminho remoto foi uma ponte muito pequena e rasa sobre um afluente cristalino e coberto de flores. Continuámos até apanhar a estrada para Avis, e a partir daí estranhámos muito o facto de uma estrada muito má na direcção de Alter do Chão e sendo quase os únicos conductores dessa estrada alguém se sentiu perdido lol. Mas no fim tinhamos chegado a Alter do Chão. A partir daí foi seguir até Portalegre e finalmente Marvão que nunca tinha visitado e fiquei parvo com a altura e com o tamanho da “fortaleza” que ía finalmente visitar, e adorei o facto de o Alentejo se misturar com a Beira numa bela paisagem.




O resto desta viagem ficará para uma outra parte ehehehhe.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Erros durante o Percurso

E na recente ida ao Festival do Café, não podiamos deixar de estar com o radar ligado, e encontrámos umas poucas calinadas.


sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Tá a Arder, Porreiro Pá!

À poucos minutos estava a acompanhar a Sic Notícias, e deu duas notícias em que fiquei chocado pelas seguintes razões:

Derrocada na Praia.
Para ser muito sincero e frio, as pessoas que foram vítimas são responsáveis por terem sido apanhadas pela derrocada. Os sinais estão lá já à muito tempo a avisar do perigo, só mete a mão no lume quem quer. Por isso a comunicação social não atire culpas ao Presidente da Câmara.

Incêndio em Belas.
Ao mostrarem as imagens captadas pela mesma estação televisiva fiquei de boca aberta quando mostra uma casa rodeada de chamas enormes e no entanto está um dos moradores da casa a segurar numa mangueira mas, está a tirar fotos ao fogo com o telemóvel... e ao lado dele está um "cristiano ronaldo" com um sorriso idiota como fosse um momento de graça. Reparem bem a partir dos 00:25.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Gastronomicamente espetando


Quem me conhece sabe que não sou pessoa de me gabar... mas este fim de semana atirei-me às carnes e ... saíram estas espetadas que não resisti em partilhar convosco. Não posso infelizmente partilhar as restantes sensações (especialmente a olfactiva enquanto grelhavam no carvão ou a gustativa enquanto as comíamos) porque a internet não permite - ainda. Mas fica uma foto. Digam lá que não estão com um aspecto... suculento?

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Vergonha Nacional...

A reportagem especial de ontem à noite na SIC, dedicada aos comboios de Via Estreita foi apenas uma pequenina mostra do quanto nós nos temos preocupado nos ultimos anos...

Sucessivos governos de direita e de esquerda, maioritários e minoritários, limitaram-se a assobiar para o ar e fazer vista grossa perante as reclamações dos cidadãos, autarcas e entusiastas, adiando decisões e errando em cima de erros.

Corria o inicio da década de 90 e o governo então liderado pelo prof.Aníbal Cavaco Silva, abria o caminho ao encerramento de cerca de 500 Km de Via Estreita um pouco por todo o país. Com a conivência e conveniência para a própria CP, que assim se livrava de um pouco do seu passivo, as linhas de Via Estreita morreriam.

Por um lado a Linha do Vouga, que abandonava Viseu, facto aplaudido pelo seu Presidente da Câmara a quem lhe prometia "tiramos o comboio, mas oferecemos uma auto-estrada". Morreu a Linha do Vouga, nasceram IP3 e IP5.
Bragança ficava amputada do caminho de ferro, ganharia anos mais tarde o IP4.
Outros lados, simplesmente... morreram. Foi o caso de Chaves, Mirandela (que ainda ressuscitaria com o Metro), das linhas do Sabor...

Resistiram o Tua e parte do Corgo. E hoje em dia quando se fala do Tua, é por causa dos acidentes que se devem unicamente a anos de incúria e de falta de investimento. Mesmo esta linha, está agora em risco de encerrar com a construção de uma barragem (a tal, que devia ter sido construída no Côa, mas não foi construída porque apareceram umas gravuras rupestres...)

Vinte anos depois nunca se investiu, ou investiu-se muito pouco. O Governo de António Guterres reforçou a rede de estradas... e enterrou o que faltava enterrar de linhas de via estreita.

A reportagem de ontem mostra a comparação com as linhas Espanholas de Via Estreita, e por isso, nem vou falar delas. Mas podia falar de linhas de Via Estreita noutros pontos do mundo: Suiça, Alemanha, Estados Unidos, Itália....

Fica a reflexão, para um país como o nosso, envelhecido, empobrecido e embrutecido. E um país com uma das maiores zonas costeiras, e com um enorme potencial turístico.

Para os que quiserem observar mais 15 minutos de reportagem, fica o video da reportagem da SIC:

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Os benefícios da Gripe A

Podem começar já a questionar a minha sanidade mental, com um título como este no blog, mas a verdade é que ainda não enlouqueci...

O que se passou foi uma situação no mínimo cómica, e que é um espelho do estado de espírito que transversalmente afecta toda a sociedade, não só portuguesa, mas um pouco por todo o mundo. Muito se tem falado sobre Gripe A, sobre os problemas que a pandemia pode causar à economia, das precauções que todos devemos ter, e nisto temos sido muito bons, porque as campanhas de informação têm estado, grosso modo, a chegar bem à população. Mas adiante. Vinha eu calmo e tranquilo do "meu" bairro de Campo de Ourique, num passo entre o passeio e o contemplativo, e passei pela frente da Igreja de Santo Condestável, para me dirigir ao autocarro 709, do qual sou frequentador mais ou menos habitual... e claro, eu que sou aquilo que se designa normalmente por "florinha de estufa", lá fui "atacado" por um pólen de uma flor ali plantada nos bem ajardinados jardins da frente da igreja.

Ora, o dito polenezinho ficou dentro da narina, e por ali foi teimando em persistir, sem se preocupar em pular cá para fora, o que me foi deixando mais e mais com uma enorme necessidade de espirrar.

Muita gente na fila para o autocarro, a habitual confusão de carteiras e títulos de transporte, e lá entrámos todos, incluindo eu e o polenezinho. Sentados no autocarro, alguns lugares vazios, gente suficiente para quase encher o autocarro, e eis senão quando de repente, o malandro decide deixar a minha narina... Sonoro espirro, devidamente amparado para o lenço. E logo a seguir acompanhado por um afastar geral de quem estava à minha volta. A senhora sentada ao meu lado, não hesitou em mudar de lugar para longe de mim. A avó com a neta do banco de trás, mudaram para um lugar ainda mais atrás. Quem estava já a mais de 1 metro de mim, manteve a distância ou ainda se afastou um bocadinho mais...

Claro está que a vontade de me rir foi-se apoderando de mim, e que a consegui combater no momento graças à leitura, e para não cair demasiado no rídiculo da situação... e que se prova que as pessoas estão bem atentas, mas mesmo assim ainda sujeitas aos ataques de pânico esporádicos.

Ora, a verdade é que vim completamente à vontade até aos Restauradores (a unica pessoa que se vinha sentar ao meu lado encontrou de repente alguem conhecido que ia mais ao fundo no autocarro)... realmente, nunca um simples espirro me tinha dado tanta vontade de rir...

Fica o episódio e a reflexão proposta... mas não descurem os cuidados a ter com o possível contágio pelo H1N1...

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Carmina Burana

Ando já há uns dias para colocar esta entrada aqui no blog, mas não tem havido muito tempo...

Há uns 15 dias, (concretamente foi no dia 4 de Julho), fomos ver a "Carmina Burana"... Bom, este "erro" foi propositado, pois esta Noite no Largo de São Carlos, começou precisamente com o esclarecimento sobre o tema da gloriosa Cantata de Carl Orff. "Carmina Burana" não é uma mulher, é um conjunto de poemas medievais, descobertos num convento, relatando alguns episódios da vida monástica, da contemplação, mas tambem sobre as mulheres, a natureza e muitos mais temas que vão discorrendo. Daí, e depois de uma interessante lição de latim ficámos finalmente esclarecidos que tinhamos ido ver os "Carmina Burana"...

Mas, latim à parte, ressaltou logo à chegada, a imensidão de gente, que se espremia literalmente entre a Rua Serpa Pinto e o Largo do Picadeiro. Deste lado, era tanta gente que até o tradicional eléctrico 28 tinha dificuldades em circular.

Ao som dos primeiros acordes da Orquestra Sinfónica Portuguesa, a multidão soube corresponder, com o necessário silêncio para ouvir a entrada "O Fortuna" magnificamente interpretada peloCoro do Teatro Nacional de São Carlos. Ao longo de todo o espectáculo, houve ainda tempo para brilharem o coro dos Pequenos Amadores da Academia de Amadores de Música, bem como as vozes individuais em várias peças de Carlos Guilherme, Diogo Oliveira e Chelsey Schill.

O destaque da noite foi ainda para o encerramento, ao som de novo "O Fortuna", que obrigou os coros a uma repetição, tal era o entusiasmo da massa de gente presente, que não se cansava de aplaudir os Coros, os Solistas e a Orquestra.

Sair, foi quase impossível, e aproveitava-se um automóvel ocasional para seguir atrás dele enquanto "furava" pela multidão.

Foi esta uma excelente Noite no Largo, que é sem dúvida uma iniciativa que esperamos que se prolongue por muitos anos...

Ficam algumas fotos do Ricardo B., a documentar o evento:

segunda-feira, 6 de julho de 2009

2 Gritos em 1

Desculpem mas isto hoje vai ser puro e duro:

GRITO 1
Hoje foi daqueles dias televisivos de se deitar para o lixo. Cristiano aqui Cristiano acolá, NOS CANAIS GENERALISTAS E DE NOTÍCIAS NACIONAIS!! Mas aquela coisa cagou algum ovo de ouro?! É que se fosse aí sim era notícia. Já estou a ver nos próximos anos: "Cristiano Ronaldo está com uma grave crise hemorroidal, o mundo está de choque!".


GRITO 2
Pois é o meu querido concelho da Amadora é mais uma vez palco das notícias do costume, dois polícias baleados, pois é, isto por esta zona é normal acreditem. ENTÃO NÃO HÁ MOTINS! ONDE ESTÁ A FAMÍLIA E AMIGOS DOS DOIS POLÍCIAS A DAR TIROS NOS DREDS E NOS YO YO'S QUE SÓ FAZEM MERDA? NÃO VEJO NADA! Pois é coitadinhos precisam de roubar e matar, deixa lá não podemos dizer nada que é racismo. MAS QUE MERDA É ESTA?! Quando um ourives deu um tiro num "jovem" de um grupo de três que o iam assaltar, foi logo acusado de racismo e que iam lhe fazer a folha porque o moço não fazia mal a ninguem, só assaltava porque precisava. C******! E é graças ao nosso cobarde e corrupto do Pres. Joaquim Raposo que a Amadora é um pólo de tráfico de droga, emigração ilegal, prostituição, etc. Até quando? Até quando é que vão acordar?!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Touradas...

Num dia como o de hoje, em que se discute no Parlamento o Estado da Nação, fica o debate marcado por um gesto do ministro da economia, em resposta a uma crítica de Bernardino Soares da bancada do PCP:



Perante o gesto que foi classificado por toda a oposição com os mais variados comentários, desde o "inqualificável" ao "injustificável", não houve outra solução para além de que o ministro apresentasse a sua demissão, imediatamente aceite pelo Primeiro - Ministro.
Ora, uma situação destas, é inadmissível e sinónimo de várias hipóteses que se levantam:
1. O Ministro estaria alcoolizado?
2. Será um problema de saúde que afecta o cérebro?
3.Será um estilo próprio?
4.Total desrespeito pelo local onde se encontra, colegas de governo, bancada e oposição, e pelo próprio país que representa?

Não me cabe a mim fazer qualquer ponto de honra, ou tecer quaisquer críticas à actuação e aos gestos demonstrados pelo ministro.
Cabe aqui, para mim, deixar mais uma vez uma reflexão... Com gestos destes, que se pautam principalmente pelo desrespeito espera-se que as pessoas respeitem a autoridade? Espera-se levar mais os jovens às urnas e a serem interventivos?
Sinceramente, eu já fui muito mais activista político do que o sou nos tempos que correm... e sou assim, principalmente porque deixei de acreditar. Deixei de acreditar que existem valores como a tolerância, o respeito, o auxílio, a honra...
E será que sou só eu, ou uma geração inteira, que certamente se lembra que do outro lado tivemos uma ministra da educação repressiva (sim, a Dra. Manuela Ferreira Leite...)... será que não precisamos de ordem no país?

Estaremos condenados a ser governados por quem diz apenas disparates seguidos? Coisas sem nexo? A sobreviver numa "República das Bananas" e sujeitos à lei do "Olho por olho, dente por dente"?

Não é este o país que merecem os mais novos, nem os mais velhos, nem os assim assim... perdoem-me a reflexão mais longa, mas acabei por me deixar levar pelo activismo político... que pode ser que ainda renasça algum dia... e me acabe por impulsionar a ir mais longe...

terça-feira, 2 de junho de 2009

Vidas interrompidas...

É um normal fim de tarde de primavera, e o sol esconde-se por trás de algumas nuvens... o comboio sai da estação do Rossio, por dentro do túnel... passageiros no regresso do quotidiano normal. Há sempre quem leia um livro, folheie uma revista, se perca nos olhares e no pensamento entre acordes transmitidos aos ouvidos pelos auriculares de um telemóvel ou um leitor de mp3... centenas de vidas, cruzadas num único instante. Ao longe uma criança chora, desconfortável. Mais à frente estuda-se para um teste ou um exame final. Namora-se de pé, encostados a uma porta...

... e nem tudo é o que aparenta ser... quantas vidas ali cruzadas num momento, sujeitas à força e ao poder do destino... quantas caras a esconder o sofrimento. E num repente, no instante em que o comboio deixa as entranhas da cidade para retomar a luz à saída do túnel do Rossio, um passageiro que se sente mal e desmaia... um desmaio para não mais acordar.

Confusão. Gritos. Desordem. Caos. Um travão de emergência puxado. Uma chamada de emergência ao maquinista através do sistema sonoro. Um revisor correndo para o local. A chamada para o 112... a mórbida curiosidade que impele as pessoas ao local da tragédia...

... E mais não consegui ver. Saí. Para a luz e para outro comboio que me pudesse levar ao destino, ou a uma ligação que me desse continuidade para o destino. E para trás ficaram os sentimentos mistos de pena, consternação, impotência, incredulidade... e fica-me a reflexão partilhada de um testemunhar de uma morte em directo. O findar de uma vida. O crepúsculo para uma existência, que por um momento foi partilhada, num final de tarde de Primavera, em que o sol se escondia atrás de algumas nuvens.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Anathema no Incrível Almadense

Não queria deixar de colocar aqui pelo menos algo diferente desta vez, por isso deixo aqui a minha crítica ao concerto da banda Anathema que ocorreu no dia 5 de Maio no Incrível Almadense. Foi algo de fantástico, era notável o ambiente de comunhão entre a banda e o público, o recinto práticamente lotado(se não estava, andava por aí) era banhado com canções como Lost Control, Far Away, Inner Silence e por aí fora, que sem dúvida faziam tremer cada um nós, e destaque para o momento mais marcante e emotivo em que o público literalmente canta a música One Last Goodbye para a banda, na qual Vincent, o vocalista principal, emociona-se com a voz do público, mais por ser uma música muito pessoal para o próprio. É difícil explicar um concerto de quase 3 horas que não deixou ninguém desapontado, pelo contrário, superou as expectativas de todos. É para mim um dos melhores concertos que já vi.

Aqui fica um video da One Last Goodbye no mesmo concerto:
(ver em HQ para melhor qualidade)

domingo, 26 de abril de 2009

Um problema de botão...

No dia em que em Portugal se comemoraram os 35 anos passados sobre o golpe de estado que fez cair o regime de Marcello Caetano, dei comigo a ir fazer uma espécie de "tour", para um reconhecimento a Tróia, algo que não fazia desde há uns 6 anos pelo menos.
Aproveitando para ver o que permaneceu do antigamente (que não é muito), os golfinhos do Sado (que ainda era um grupo grande), os novos empreendimentos (que são bonitos) e dar uma pequena volta pelo "resort" (que está ao melhor nível), lá deu para ir conhecer a travessia do Sado nos novos "ferry-boats". Provenientes de Noruega - onde certamente o Português não é uma língua obrigatória - os novos barcos são rápidos, estáveis, confortáveis (para a travessia de verão, ou para circular dentro das viaturas - não são aconselháveis com chuva intensa...). E claro, circulam com todas as indicações de segurança, particularmente esta que me chamou a atenção:O "BOTAU" verde serve para "abrir porta" onde os passageiros podem viajar recolhidos da chuva, sem terem de ir dentro dos seus carros...

Terá sido este um erro gramatical, um "gremlin" infiltrado na zona de gravação de sinais, ou um sinal dos tempos com a criação de uma nova ortografia para a palavra "botão"? Ficam as perguntas...

domingo, 12 de abril de 2009

Confusão? Nem pensar...

...é a Sabedoria popular.

Estava a ver a "Liga dos Ultimos", esse excelente programa da RTP que mostra bem como são diferentes os portugueses em cada uma das regiões, quando passaram uma reportagem sobre a pesaca na Barragem do Pisão. Esta pescaria, motivada por um viveiro que espalhou as suas trutas para a albufeira da barragem, levou inúmeros pescadores ao local.

Um deles, na sequência de ter apanhado uma truta, brindou o jornalista com a sabedoria, ao dizer que a truta que tinha pescado era macho.

"Então e como é que sabe que é macho?" - Pergunta-lhe o jornalista, ao que o sábio pescador responde...

"Veja aqui isto no peixe... é o esperma."

"Então mas é uma maneira dificil de o identificar..." - Volta o jornalista, seguindo-se a pronta resposta:

"Sim, mas percebe-se, porque o peixe aqui tem uma espécie de vagina...."

Mais comentários para quê...?

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Cultura a preços baixos

De vez em quando, temos umas "surpresas culturais" que são bem vindas em tempos de crise...

Andava eu há que tempos atrás de alguns filmes, nomeadamente o Beowulf, o Underworld("Submundo") entre muitos outros, e lá passei em mais um dos meus passeios pelos centros "culturo-comerciais" da actualidade, e por uma das lojas de maior projecção em termos culturais do nosso país, e quando vejo um pack de 2 filmes contendo o 1º e o 2º volume de Underworld... virei o pack, e o conjunto dos dois filmes aparece-me com um preço de 14,95 euros... até aqui e até me pareceu um bom preço, e teria comprado de imediato, não fosse a lembrança que me convinha ir depressa fazer as compras para encher a despensa...
Daí, deixei o "pack" no seu sítio respectivo e fui até ao hipermercado mesmo ali ao lado... entrei e de passagem pela zona "cultural", além da insuportável música que passava... um "lindíssimo" kizomba "qualquer coisa" e de repente olho para uma caixa de promoções onde estavam os dois filmes do Underworld, apenas com uma pequenina diferença da loja do lado... estavam a ser vendidos individualmente, e ao preço unitário de... € 1,59 .... perguntei a uma funcionária que estava por ali... confirmei o valor... e ainda acrescentei mais o Beowulf que estava por perto a € 3,99 ... ou seja, a visita cultural ao hipermercado ficou-me mais barata que os € 19,90 que normalmente custam os dvd's...

Gosto da semana

Vi o Underworld ("Submundo") pela primeira vez... um filme muito interessante onde é retratada a guerra ancestral travada entre Vampiros e Lycans (uma espécie de lobisomens). De acordo com a sinopse do filme "No meio desta luta contínua, Selene (Kate Beckinsale), uma guerreira vampira, descobre uma conjura dos Lobisomens, cujo segredo tem repercussões aterradoras para ambas as tribos. A conspiração consistia em acordar uma nova e invencível espécie de predador que combina as forças de ambas as criaturas sem as fraquezas de nenhuma delas."
O filme é muito visual, e muito interessante do ponto de vista dos efeitos visuais, e tem uma estética muito interessante sobre os dois mundos... de um lado o mundo gótico e aristocrático dos Vampiros, e do outro o mundo obscuro, profundo e brutal dos Lobisomens.
É altamente recomendável a quem goste do género, e que não seja facilmente impressionável...

quarta-feira, 11 de março de 2009

Descubram os erros


Vi isto numa caixa de chupas e não deixem de reparar nos erros. Descubram não é muito difícil de encontrar.

Reflectindo...

Está um fantástico dia de sol e calor em Lisboa. Experimente-se passear pela Baixa, e deixar-se levar pelas ruas largas, pelo sol, pela luz que caracteriza a cidade... e sentir o que sentem as pessoas por quem se passa.
Se por um lado são inúmeros os "yuppies" em circulação, agarrados aos telemóveis, i-phones e demais gadgets, correndo distraidamente entre turistas muito pouco apressados e que vão parando montra após montra. Mais uns passos e os restos da cultura hippie surgem por aqui e por ali, com cantores de ocasião, fazendo vibrar cordas de guitarras esquecidas, num compasso mais ou menos melodioso. Turistas estrangeiros falando alegremente as mais variadas línguas do planeta, e cobrindo-se (pouco) do sol que inunda as ruas.
Passo junto de um pedinte e mais outro, estendendo a mão à caridade. Um toxicodependente num equilibrio muito pouco estável, cai após dois passos. A polícia municipal em "segway" chega num instante para impôr ordem e respeito na zona.

Pouco demoro... e apenas meia duzia de passos adiante ouve-se o Fado, na voz inconfundível de Amália, sente-se a cidade pulsar de vida, de gente...

Mais um cantor de ocasião, olha para mim, desprezando o hábito que faz o monge, e possivelmente pensando que leva uma vida melhor que a do "yuppie" que acaba de passar por ele, e é mais feliz, completamente "Peace and Love..."

E é então, que depois de mais alguns passos chego ao metropolitano. Descem-se os primeiros degraus, a galeria espera. Dezenas, senão centenas de pessoas aglomeram-se. Correm de regresso aos seus locais de trabalho, findo o repouso para o almoço. Como veias desta cidade o metropolitano corre veloz pelos túneis. O sangue fervilha nas suas veias, os passageiros entrando e saíndo. Uma discussão aqui por um lugar que não existe, outra discussão ali por um encontrão dado ao sabor do movimento. Chego ao destino, e as pessoas saem, dando o lugar a novas que entram. Continuarão a discutir as pessoas lá dentro? Continuará o cantor a arranhar a sua guitarra? Tudo isto ficou para trás, volto ao sol, estou debaixo das árvores. Ouço os pássaros cantar... se fechasse os olhos por um momento, estaria longe, no campo talvez. Uma buzina traz-me de volta à realidade citadina. Os cheiros misturam-se, as pessoas tambem.

Chego ao escritório onde o conforto do Ar Condicionado me acolhe enquanto escrevo estas palavras. Vivências cruzam-se num poço de elevador. As palavras fluem entre os colegas...

Não ouço mais lá fora os pássaros... apenas o som abafado debitado pelas colunas de som ao lado do computador... Não ouço nem vejo o cantor livre e hippie... Não ouço discussões de metropolitano, nem divagações filosóficas sobre o tempo e o quotidiano. Apenas ouço o natural reboliço dos colegas de escritório. O barulho da fotocopiadora. Os ruídos normais do dia a dia misturam-se...

E num ímpeto de grito de liberdade e de vontade de mudar, desligo o ar condicionado. Abro as janelas. E lá fora os pássaros ainda cantam... só falta desligar o computador, e sair... mas isso ainda vai ter de esperar um pouco mais...

sábado, 7 de março de 2009

Pérolas de Portugal - 4


E cá estou eu de novo com mais uma pérola.


Desta vez, o que cá estou a pôr tem a sua curiosidade por três motivos. Em primeiro lugar, a língua em que está escrito (ao contrário do C3PO da saga Star Wars, não sou fluente em 6 milhões de formas de comunicação) e como tal, lendo parece-me algo parecido com "não tocar, sff", ainda que possa estar equivocado.


Em segundo lugar, não sei até que ponto este "aviso", se pode referir ao conteúdo da viatura ou à própria viatura em si, pois sendo isto em Massamá e com o nível de assaltos por aqui, não consigo imaginar o benefício real.


Terceiro.... isto não é suposto dar cabo da pintura ?!?!?

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Veículos Anfíbios... ou talvez não.

Quem não conhece uns veículos militares com capacidades para circularem por estrada e tambem dentro de água?



Bom, seja como for, as tecnologias civis, aí estão e mais uma vez se prova o engenho humano e se apresenta ao público um veículo anfíbio... ou talvez não.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Homossexualidade = Normalidade?

Hoje de manhã, entre um bocejo e o copo de leite, estava a assistir às primeiras notícias matinais, quando de repente me senti surpreso com o que estava a ouvir, e que me deixou quase incrédulo... uma reportagem sobre a tertúlia dos "125 minutos com Fátima Campos Ferreira", em que o Cardeal e Prefeito Emérito da Congregação para as Causas dos Santos, D.José Saraiva Martins, um dos dois cardeais portugueses com assento no Vaticano, e em que o cardeal afirmava que "a homossexualidade não é normal", e ainda por cima com uns remates como as frases "Quando se juntam dois homossexuais, eles ou elas, se há crianças, evidentemente, aquela união, aquele casamento, não pode providenciar a formação das crianças" e ainda "Porque uma criança para ser formada normalmente precisa de um pai e de uma mãe. E não de dois pais ou de duas mães"...

...Ora, isto levou-me a pensar várias coisas, ainda que de forma um bocadinho distorcida dado o cedo que era, mas que foram amadurecendo ao longo do dia. A primeira ideia que me ocorreu foi "Ora, mais um arremedo de fanatismo da Igreja", logo seguida por "um chefe da igreja como o Papa Bento XVI, o cardeal Ratzinger, não poderia ter uma ideia mais arrojada como a desta doutrina"...
Ao longo do dia, as coisas foram passando para os níveis de informação mais variados, que me levaram a ler a notícia por completo, como o fiz por exemplo em: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Interior.aspx?content_id=1147760

Ora, depois de tudo isto, comecei a arrumar as ideias na minha cabeça, e por isso me senti na necessidade quase absoluta de aqui "estampar" aquilo que pensava e que sentia. Ora, eu fui criado no seio de uma familia cristã, conservadora, mas muito longe do estereótipo da família que vai à missa de domingo, e comunga, e que têm todos os sacramentos do baptismo e por aí fora. Atenção, que não tenho absolutamente nada contra sendo que eu próprio por vezes frequente uma ou outra missa, por razões meramente pessoais. Mas felizmente, fui educado com tolerância, e com um sentido crítico do qual me posso orgulhar. E daí ver que num período em que felizmente estamos cada vez mais abertos para a homossexualidade, e que finalmente perdemos a noção de que a homossexualidade é um bicho que afecta só as pessoas fraquinhas de cabeça e de espírito, ainda declarações como estas do cardeal, só me deixam revoltado e a sentir que a igreja está cada vez mais longe dos homens comuns... e pior, recusa-se a ver o que se passa no seu próprio seio, onde proliferam e cada vez são mais trazidos a lume casos como os de abusos sexuais a menores, e os casos que têm vindo a lume sobre padres e bispos. Ora falamos acima de tudo de homens. Homens. A Humanidade em geral e não o género. O animal com todos os seus defeitos e qualidades. A sexualidade de cada um é escolhida, conscientemente, e sem imposições. Ou deveria ser.

O que declarações como estas nos trazem à idéia é que depois de anos de luz, com um Papa com sabedoria como o foi João Paulo II, estamos gradualmente a voltar à idade das trevas... a Igreja em vez de evoluir com os tempos regride, diminui-se e afasta-se daqueles a quem Jesus disse um dia amar. E mais que uma vez, e em mais que uma discussão se referiu o facto que na Bíblia, em local algum se encontram referências abertas contra a homossexualidade. A igreja progressista que nos legou João Paulo II, está morta, e bem morta. Agora proliferam os "velhos do Restelo", percursores do Apocalipse que em tudo vêm os sinais do Fim dos Tempos.

Depois a questão da família. Porque não podem dois pais ou duas mães serem tão bons pais como um casal dito "normal" (ugh - que expressão detestável)? Porventura até serão melhores pais e mães, e tornarão os filhos pessoas mais tolerantes, e com a sua mente e o seu pensamento abertos para o futuro. Alerta aos sinais dos tempos e capazes de serem eles sim como Jesus, que nos ensinou a Amar-nos uns aos outros, e a perdoarmos os outros.

É esta a verdadeira doutrina da Igreja. Portanto, para quê misturar religião e política num mesmo sítio como forma de unicamente moldar as mentes dos que são influenciáveis e que são sobretudo fanáticos.

Amai-vos, por isso, uns aos outros. E deixai-vos de preconceitos e de esconder o que não pode ser escondido.

Cabe ao Homem decidir o seu Futuro, e quem ama. E quem ama é feliz. E capaz de amar os outros. E capaz de ser um Ser completo, racional e tolerante.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Transgredir q.b.

Eu sei que isto não é novidade nenhuma, mas cada vez mais se vai perdendo o civísmo.
Isto passa-se na A2 em direcção á Ponte 25 de Abril perto da saída para Almada.



Como podem ver estou a andar bem e no entanto fazem isto.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Pitex SMS

Hoje recebi este e-mail, um bocadinho sintomático do que se passa por cá e dos assassínios e atropelos que a nossa língua vai sofrendo por muitos motivos, desde os sms aos msn's e por aí fora... é um bocadinho longo, mas vale a pena ler até ao fim...

"REDAXÃO

'O PIPOL E A ESCOLA'

Eu axo q os alunos n devem d xumbar qd n vam á escola. Pq o aluno tipo tb tem direitos e se n vai á escola latrá os seus motivos pq isto tb é perciso ver q á razões qd um aluno não vai á escola. primeiros a peçoa n se sente tipo motivada pq axa q a escola e a iducação estam uma beca tipo sobre alurizadas.

Valáver, o q é q intereça a um bacano se o quelima de trásosmontes é tipo munto montanhoso? ou se a ecuação é tipo exdruxula ou alcalina? ou tipo cuantas estrofes tem um cuadrado? ou se um angulo é tipo paleolitico ou espongiforme? Hã?

E ópois os setores ainda xutam preguntas parvas tipo cuantos cantos tem 'os lesiades', q é um livro tipo xato e q n foi escrevido c/ palavras tipo normais mas q no aspequeto é como outro qq e só pode ter 4 cantos tipo comós outros, daaaah.

Ás veses o pipol ainda tenta tar cos abanos tipo em on, mas os bitaites dos profes até dam gomitos e a malta tipo re-sentesse, outro dia um arrotou q os jovens n tem abitos de leitura e q a malta n sabemos ler nem escrever e a sorte do gimbras foi q ele tipo h-xoce bué da rapido e só o 'garra de lin-chao' é q conceguiu assertar lhe com um sapato. Atão agora aviamos de ler tudo qt é livro desde o Camóes até á idade média e por aí fora, qués ver??? O pipol tem é q aprender tipo cenas q intressam como na minha escola q á um curço tipo de otelaria e a malta aprendemos a faser tipo lã pereias e ovos mois e piças de xicolate q são assim tipo as pecialidades da rejião e ópois pudemos ganhar um gravetame do camandro. Ah poizé. tarei tipo a inzajerar?"


Perceberam? Ou precisam de legendas para ler?

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

"Eu tenho um chalé na Suisse..."


Ora, em mais uma das deambulações pelo país solarengo e destino de veraneio - Portugal (não neste mês de Janeiro...) dei-me conta de mais um assassinato da língua de Camões... Desta vez, e para que não me restassem dúvidas, consultei um Dicionário, e além disso as novas ferramentas online que nos permitem aceder ao mundo através de um clique, em http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx .

Assim, e na pesquisa pela palavra "SUISSO", tal como figura na imagem, a resposta que obtive foi: "A palavra não foi encontrada." Contudo, se observarmos a palavra escrita correctamente "SUÍÇO", obtemos a seguinte explicação: "suíço - adj., da Suíça; s. m., natural ou habitante da Suíça."

Para os menos habituados às nomenclaturas da língua, quer isto dizer, por extenso, que quando se utiliza a palavra "suíço" como um adjectivo, significa que é um produto da Suíça... ou então, encaramo-lo como um substantivo masculino ("s.m." não tem nada a ver com bondage, masoquismo ou sadismo) e que se refere a alguém que é nativo ou habitante da Suíça...

A menos que seja um inteligente golpe de "marketing" para vender um canivete, o que eu não acredito, é quanto muito mais uma pequenina farpa numa língua já tão assassinada quanto a portuguesa...

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Sic transit gloria mundi...


...e assim vai o mundo... Como podem ver, não são só os peões a necessitarem de atravessar nas passadeiras... ali próximo da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa, junto a um dos mais movimentados cruzamentos de Lisboa...


Impressionante a falta de civismo na cidade... é certo que o estacionamento é dificil, mas isto???

domingo, 18 de janeiro de 2009

O Comando é "Seo"!

Pois é na rotunda no Feijó para quem vai para o Almada Forúm pode encontrar este fantástico anúncio:


(não se vê certas letras por causa da dificuldade de tirar a foto)