sexta-feira, 31 de julho de 2009

Vergonha Nacional...

A reportagem especial de ontem à noite na SIC, dedicada aos comboios de Via Estreita foi apenas uma pequenina mostra do quanto nós nos temos preocupado nos ultimos anos...

Sucessivos governos de direita e de esquerda, maioritários e minoritários, limitaram-se a assobiar para o ar e fazer vista grossa perante as reclamações dos cidadãos, autarcas e entusiastas, adiando decisões e errando em cima de erros.

Corria o inicio da década de 90 e o governo então liderado pelo prof.Aníbal Cavaco Silva, abria o caminho ao encerramento de cerca de 500 Km de Via Estreita um pouco por todo o país. Com a conivência e conveniência para a própria CP, que assim se livrava de um pouco do seu passivo, as linhas de Via Estreita morreriam.

Por um lado a Linha do Vouga, que abandonava Viseu, facto aplaudido pelo seu Presidente da Câmara a quem lhe prometia "tiramos o comboio, mas oferecemos uma auto-estrada". Morreu a Linha do Vouga, nasceram IP3 e IP5.
Bragança ficava amputada do caminho de ferro, ganharia anos mais tarde o IP4.
Outros lados, simplesmente... morreram. Foi o caso de Chaves, Mirandela (que ainda ressuscitaria com o Metro), das linhas do Sabor...

Resistiram o Tua e parte do Corgo. E hoje em dia quando se fala do Tua, é por causa dos acidentes que se devem unicamente a anos de incúria e de falta de investimento. Mesmo esta linha, está agora em risco de encerrar com a construção de uma barragem (a tal, que devia ter sido construída no Côa, mas não foi construída porque apareceram umas gravuras rupestres...)

Vinte anos depois nunca se investiu, ou investiu-se muito pouco. O Governo de António Guterres reforçou a rede de estradas... e enterrou o que faltava enterrar de linhas de via estreita.

A reportagem de ontem mostra a comparação com as linhas Espanholas de Via Estreita, e por isso, nem vou falar delas. Mas podia falar de linhas de Via Estreita noutros pontos do mundo: Suiça, Alemanha, Estados Unidos, Itália....

Fica a reflexão, para um país como o nosso, envelhecido, empobrecido e embrutecido. E um país com uma das maiores zonas costeiras, e com um enorme potencial turístico.

Para os que quiserem observar mais 15 minutos de reportagem, fica o video da reportagem da SIC:

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Os benefícios da Gripe A

Podem começar já a questionar a minha sanidade mental, com um título como este no blog, mas a verdade é que ainda não enlouqueci...

O que se passou foi uma situação no mínimo cómica, e que é um espelho do estado de espírito que transversalmente afecta toda a sociedade, não só portuguesa, mas um pouco por todo o mundo. Muito se tem falado sobre Gripe A, sobre os problemas que a pandemia pode causar à economia, das precauções que todos devemos ter, e nisto temos sido muito bons, porque as campanhas de informação têm estado, grosso modo, a chegar bem à população. Mas adiante. Vinha eu calmo e tranquilo do "meu" bairro de Campo de Ourique, num passo entre o passeio e o contemplativo, e passei pela frente da Igreja de Santo Condestável, para me dirigir ao autocarro 709, do qual sou frequentador mais ou menos habitual... e claro, eu que sou aquilo que se designa normalmente por "florinha de estufa", lá fui "atacado" por um pólen de uma flor ali plantada nos bem ajardinados jardins da frente da igreja.

Ora, o dito polenezinho ficou dentro da narina, e por ali foi teimando em persistir, sem se preocupar em pular cá para fora, o que me foi deixando mais e mais com uma enorme necessidade de espirrar.

Muita gente na fila para o autocarro, a habitual confusão de carteiras e títulos de transporte, e lá entrámos todos, incluindo eu e o polenezinho. Sentados no autocarro, alguns lugares vazios, gente suficiente para quase encher o autocarro, e eis senão quando de repente, o malandro decide deixar a minha narina... Sonoro espirro, devidamente amparado para o lenço. E logo a seguir acompanhado por um afastar geral de quem estava à minha volta. A senhora sentada ao meu lado, não hesitou em mudar de lugar para longe de mim. A avó com a neta do banco de trás, mudaram para um lugar ainda mais atrás. Quem estava já a mais de 1 metro de mim, manteve a distância ou ainda se afastou um bocadinho mais...

Claro está que a vontade de me rir foi-se apoderando de mim, e que a consegui combater no momento graças à leitura, e para não cair demasiado no rídiculo da situação... e que se prova que as pessoas estão bem atentas, mas mesmo assim ainda sujeitas aos ataques de pânico esporádicos.

Ora, a verdade é que vim completamente à vontade até aos Restauradores (a unica pessoa que se vinha sentar ao meu lado encontrou de repente alguem conhecido que ia mais ao fundo no autocarro)... realmente, nunca um simples espirro me tinha dado tanta vontade de rir...

Fica o episódio e a reflexão proposta... mas não descurem os cuidados a ter com o possível contágio pelo H1N1...

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Carmina Burana

Ando já há uns dias para colocar esta entrada aqui no blog, mas não tem havido muito tempo...

Há uns 15 dias, (concretamente foi no dia 4 de Julho), fomos ver a "Carmina Burana"... Bom, este "erro" foi propositado, pois esta Noite no Largo de São Carlos, começou precisamente com o esclarecimento sobre o tema da gloriosa Cantata de Carl Orff. "Carmina Burana" não é uma mulher, é um conjunto de poemas medievais, descobertos num convento, relatando alguns episódios da vida monástica, da contemplação, mas tambem sobre as mulheres, a natureza e muitos mais temas que vão discorrendo. Daí, e depois de uma interessante lição de latim ficámos finalmente esclarecidos que tinhamos ido ver os "Carmina Burana"...

Mas, latim à parte, ressaltou logo à chegada, a imensidão de gente, que se espremia literalmente entre a Rua Serpa Pinto e o Largo do Picadeiro. Deste lado, era tanta gente que até o tradicional eléctrico 28 tinha dificuldades em circular.

Ao som dos primeiros acordes da Orquestra Sinfónica Portuguesa, a multidão soube corresponder, com o necessário silêncio para ouvir a entrada "O Fortuna" magnificamente interpretada peloCoro do Teatro Nacional de São Carlos. Ao longo de todo o espectáculo, houve ainda tempo para brilharem o coro dos Pequenos Amadores da Academia de Amadores de Música, bem como as vozes individuais em várias peças de Carlos Guilherme, Diogo Oliveira e Chelsey Schill.

O destaque da noite foi ainda para o encerramento, ao som de novo "O Fortuna", que obrigou os coros a uma repetição, tal era o entusiasmo da massa de gente presente, que não se cansava de aplaudir os Coros, os Solistas e a Orquestra.

Sair, foi quase impossível, e aproveitava-se um automóvel ocasional para seguir atrás dele enquanto "furava" pela multidão.

Foi esta uma excelente Noite no Largo, que é sem dúvida uma iniciativa que esperamos que se prolongue por muitos anos...

Ficam algumas fotos do Ricardo B., a documentar o evento:

segunda-feira, 6 de julho de 2009

2 Gritos em 1

Desculpem mas isto hoje vai ser puro e duro:

GRITO 1
Hoje foi daqueles dias televisivos de se deitar para o lixo. Cristiano aqui Cristiano acolá, NOS CANAIS GENERALISTAS E DE NOTÍCIAS NACIONAIS!! Mas aquela coisa cagou algum ovo de ouro?! É que se fosse aí sim era notícia. Já estou a ver nos próximos anos: "Cristiano Ronaldo está com uma grave crise hemorroidal, o mundo está de choque!".


GRITO 2
Pois é o meu querido concelho da Amadora é mais uma vez palco das notícias do costume, dois polícias baleados, pois é, isto por esta zona é normal acreditem. ENTÃO NÃO HÁ MOTINS! ONDE ESTÁ A FAMÍLIA E AMIGOS DOS DOIS POLÍCIAS A DAR TIROS NOS DREDS E NOS YO YO'S QUE SÓ FAZEM MERDA? NÃO VEJO NADA! Pois é coitadinhos precisam de roubar e matar, deixa lá não podemos dizer nada que é racismo. MAS QUE MERDA É ESTA?! Quando um ourives deu um tiro num "jovem" de um grupo de três que o iam assaltar, foi logo acusado de racismo e que iam lhe fazer a folha porque o moço não fazia mal a ninguem, só assaltava porque precisava. C******! E é graças ao nosso cobarde e corrupto do Pres. Joaquim Raposo que a Amadora é um pólo de tráfico de droga, emigração ilegal, prostituição, etc. Até quando? Até quando é que vão acordar?!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Touradas...

Num dia como o de hoje, em que se discute no Parlamento o Estado da Nação, fica o debate marcado por um gesto do ministro da economia, em resposta a uma crítica de Bernardino Soares da bancada do PCP:



Perante o gesto que foi classificado por toda a oposição com os mais variados comentários, desde o "inqualificável" ao "injustificável", não houve outra solução para além de que o ministro apresentasse a sua demissão, imediatamente aceite pelo Primeiro - Ministro.
Ora, uma situação destas, é inadmissível e sinónimo de várias hipóteses que se levantam:
1. O Ministro estaria alcoolizado?
2. Será um problema de saúde que afecta o cérebro?
3.Será um estilo próprio?
4.Total desrespeito pelo local onde se encontra, colegas de governo, bancada e oposição, e pelo próprio país que representa?

Não me cabe a mim fazer qualquer ponto de honra, ou tecer quaisquer críticas à actuação e aos gestos demonstrados pelo ministro.
Cabe aqui, para mim, deixar mais uma vez uma reflexão... Com gestos destes, que se pautam principalmente pelo desrespeito espera-se que as pessoas respeitem a autoridade? Espera-se levar mais os jovens às urnas e a serem interventivos?
Sinceramente, eu já fui muito mais activista político do que o sou nos tempos que correm... e sou assim, principalmente porque deixei de acreditar. Deixei de acreditar que existem valores como a tolerância, o respeito, o auxílio, a honra...
E será que sou só eu, ou uma geração inteira, que certamente se lembra que do outro lado tivemos uma ministra da educação repressiva (sim, a Dra. Manuela Ferreira Leite...)... será que não precisamos de ordem no país?

Estaremos condenados a ser governados por quem diz apenas disparates seguidos? Coisas sem nexo? A sobreviver numa "República das Bananas" e sujeitos à lei do "Olho por olho, dente por dente"?

Não é este o país que merecem os mais novos, nem os mais velhos, nem os assim assim... perdoem-me a reflexão mais longa, mas acabei por me deixar levar pelo activismo político... que pode ser que ainda renasça algum dia... e me acabe por impulsionar a ir mais longe...