segunda-feira, 27 de julho de 2009

Os benefícios da Gripe A

Podem começar já a questionar a minha sanidade mental, com um título como este no blog, mas a verdade é que ainda não enlouqueci...

O que se passou foi uma situação no mínimo cómica, e que é um espelho do estado de espírito que transversalmente afecta toda a sociedade, não só portuguesa, mas um pouco por todo o mundo. Muito se tem falado sobre Gripe A, sobre os problemas que a pandemia pode causar à economia, das precauções que todos devemos ter, e nisto temos sido muito bons, porque as campanhas de informação têm estado, grosso modo, a chegar bem à população. Mas adiante. Vinha eu calmo e tranquilo do "meu" bairro de Campo de Ourique, num passo entre o passeio e o contemplativo, e passei pela frente da Igreja de Santo Condestável, para me dirigir ao autocarro 709, do qual sou frequentador mais ou menos habitual... e claro, eu que sou aquilo que se designa normalmente por "florinha de estufa", lá fui "atacado" por um pólen de uma flor ali plantada nos bem ajardinados jardins da frente da igreja.

Ora, o dito polenezinho ficou dentro da narina, e por ali foi teimando em persistir, sem se preocupar em pular cá para fora, o que me foi deixando mais e mais com uma enorme necessidade de espirrar.

Muita gente na fila para o autocarro, a habitual confusão de carteiras e títulos de transporte, e lá entrámos todos, incluindo eu e o polenezinho. Sentados no autocarro, alguns lugares vazios, gente suficiente para quase encher o autocarro, e eis senão quando de repente, o malandro decide deixar a minha narina... Sonoro espirro, devidamente amparado para o lenço. E logo a seguir acompanhado por um afastar geral de quem estava à minha volta. A senhora sentada ao meu lado, não hesitou em mudar de lugar para longe de mim. A avó com a neta do banco de trás, mudaram para um lugar ainda mais atrás. Quem estava já a mais de 1 metro de mim, manteve a distância ou ainda se afastou um bocadinho mais...

Claro está que a vontade de me rir foi-se apoderando de mim, e que a consegui combater no momento graças à leitura, e para não cair demasiado no rídiculo da situação... e que se prova que as pessoas estão bem atentas, mas mesmo assim ainda sujeitas aos ataques de pânico esporádicos.

Ora, a verdade é que vim completamente à vontade até aos Restauradores (a unica pessoa que se vinha sentar ao meu lado encontrou de repente alguem conhecido que ia mais ao fundo no autocarro)... realmente, nunca um simples espirro me tinha dado tanta vontade de rir...

Fica o episódio e a reflexão proposta... mas não descurem os cuidados a ter com o possível contágio pelo H1N1...

6 comentários:

Tongzhi disse...

Até pode ser uma boa estratégia para arranjar espaço nos transportes públicos. Dois ou três espirros e o pessoal sai na próxima paragem!!!
Claro que há que ter cuidado. Mas é preciso que as pessoas tenham alguma calma...

Ricardo Costa disse...

Caro Tongzhi,

O problema é que o pânico que se está a gerar pode ser mau e contraproducente na erradicação do virus... mas que dá jeito espirrar (sem ser motivado pelo H1N1) para andar nos transportes publicos, isso sem duvida...

João Roque disse...

E eu que tenho, hereditariamente, uma alergia qualquer, que me faz, sem qualquer sintoma de gripe ou simples constipação, espirrar, por vezes 7/8 vezes de seguida...vai ser lindo; ainda chamam os "marcianos" para me levarem para uma despistagem!
Claro, que como tu, ironizo, mas há que estar precavido...
Abraço.

Ricardo Costa disse...

Caro Pinguim,

Não podia estar mais de acordo. Só que prevenção não significa pânico, e a ideia que tenho é que as pessoas tem pânico por um lado, e pensam por outro que só acontece aos outros...

Por isso, ainda que com alguma ironia pelo meio, é bom que haja sempre quem possa interessar-se e que possa informar sobre o H1N1, com calma e sem entrar em alarmismos...

Rabisco disse...

Realmente a situação está assim um pouco para o descontrolada.
Confesso que ri ao ler o teu post...
NA verdade sempre espirrámos na vida, mas já vi uma vez ou outra, assim que se ouve um espirro, as pessoas olharem de repente com um ar curioso e de medo...

Espero que o polenzito não te incomode mais...

Abraço grande

Ricardo Costa disse...

Olá Rabisco,

Comigo os pólenes dão sempre o seu quê de graça, e já me incomodam há muitos anos... por isso já me habituei a eles...

Abraços