quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Nunca devemos esquecer...

Passaram ontem 65 anos desde a libertação dos prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, na Polónia. A data poderia ter passado, como passou na maior parte dos casos pelo quase total esquecimento, salvo para os muitos milhares que felizmente persistem em preservar a memória.

Naquele que se tornou o mais infâme e célebre dos "Campos de Trabalhos" Nazi, o campo de Auschwitz Birkenau, foram exterminados milhares de judeus, padres, deficientes, homossexuais, e todos aqueles que eram contra o regime estabelecido por Hitler e os seus lunáticos seguidores. Contando com uma inscrição que se tornaria a mais irónica da história "Arbeit Macht Frei"(O trabalho liberta) sobre a sua porta principal, foi preciso esperar com muito sofrimento e agonia uma libertação que apesar de iminente desde o dia do desembarque dos Aliados na Normandia, se foi tornando penosa, cada vez mais à medida que as cabeças da águia iam sendo cortadas e os comandos nazis julgados e exterminados.

Mas 65 anos são muito tempo... e talvez não tenham sido suficientes para relembrarmos sempre as atrocidades cometidas em nome do "apuramento da raça". Nos dias de hoje, o Reino Unido aboliu dos seus manuais de história o Holocausto por poder "ferir a susceptibilidade" dos muçulmanos lá residentes e integrados na sociedade britânica. Os dirigentes do Irão negam o Holocausto e continuam a afirmar que não passou de uma manobra de contra-propaganda. Há poucos dias, mais um padre católico afirmou que o Holocausto nunca teria acontecido.

A verdade é que com o passar dos anos esquecemos. Afundamo-nos em doces melodias da economia, do conforto... e tudo o que foi mau eclipsamos da nossa memória. Mas se passámos por tudo isso, foi porque tinha de ser. E se atentarmos na História, repare-se como desde o Império Romano, a Europa sempre foi assolada por sucessivos Holocaustos... Césares, Carlos Magno, Napoleão, Hitler... todos com as suas loucuras, todos com as suas genialidades, todos com os seus ideiais... em que eram eles diferentes do que somos hoje?

Por isso, e aos que nos lêem, peço que pensem, reflictam, e ajudem com a vossa maneira de ser a que nunca esqueçamos. Pensem sobretudo que nos cabe a nós mudar o dia de hoje para amanhã termos um dia melhor. Também o autor da mensagem que vos deixo a seguir morreu na sua busca pela Paz e por um mundo melhor... Imaginem um mundo sem guerras, sem fome. Um mundo em que todos possamos realmente ser irmãos e sobretudo, ser melhores.



(Obrigado aos que também a mim ajudaram a relembrar o dia de ontem, e a passar a mensagem para o amanhã...)

8 comentários:

João Roque disse...

É incrível como a memória é curta.
Já não falo nas declarações do presidente do Irão, pois já estou habituado às suas tiradas perfeitamente anormais.
O que mais me choca é sobretudo a decisão do Reino Unido, que combateu directamente o nazismo e que esteve quase a ser invadido pelas forças hitlerianas, como praticamente quase todo o resto do território europeu, venha agora a retirar o holocausto das matérias lectivas; se tivessem sido invadidos e deportada a sua população judia para os campos de extermínio, talvez esta decisão não tivesse sido tomada.

jotajota disse...

A humanidade nunca se pode esquecer desta vergonha. Parabéns pela iniciativa. Gostei do blog :)

Ricardo Costa disse...

Olá Pinguim

Infelizmente, a memória da humanidade por vezes é tão curta que nos leva a cair em situações destas. É infeliz ver que estamos a negar a nossa própria História, em vez de a exorcizarmos convenientemente....

E o exemplo inglês é apenas um, porque de certeza que não é único no mundo.

Abraço

Ricardo Costa disse...

Olá jotajota

Obrigado pelo comentário aqui no blog, e espero poder ler mais comentários por aqui mais vezes. Bem vindo.

Bruno disse...

Sempre um grande historiador, és um senhor

TheMenBehindTheCurtain disse...

Absolutamente escandaloso que se feche os olhos a uma coisa destas.

Por a lógica do Reino Unido, falemos apenas de coisas bonitas e agradáveis. Qualquer outra temática pode arriscar deixar zangado os paizinhos de algum aluno que pertencem a algum culto refundido.

De qualquer modo, além dos motivos que apontaste respeitante ao "esquecimento" das pessoas, acrescentaria a perspectiva de encarar a história como algo morto. No contexto dela, as pessoas frequentemente não imaginam verdadeiras vidas, rotinas, emoções. São apenas números e palavras, caras vazias.
Abraço

Ricardo Costa disse...

Olá Bruno e bem vindo. Obrigado por teres passado por cá.

Ricardo Costa disse...

Olá TMBTC (Men Behind the curtain)

Infelizmente, essa perspectiva do Reino Unido é demasiado limitada... e claro, como em tudo o resto, eles gostam de ser diferentes.

Sobre o que dizes, é pena que a história seja assim, mas é para isso mesmo que nos servimos do cinema, e no caso que referi, há muitos bons exemplos, como "A Lista de Schindler", "A Vida é Bela" e muitos outros... essas eram histórias do Holocausto na primeira pessoa, e mesmo assim há quem prefira ignorar e esquecer, do que lembrar.

Abraço