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sexta-feira, 9 de abril de 2010

Como mudámos tanto, em tão pouco tempo...


Já todos nós ouvimos falar em conflitos de gerações e de uma maneira ou de outra, como filhos primeiro, como pais ou irmãos mais velhos depois, já nos deparámos com choques entre as sucessivas gerações.

Por um lado, as necessidades da geração mais nova de se afirmar. Por outro, as gerações mais velhas a quererem incutir (e por vezes impôr) valores morais, sociais, etc...

Algo contudo se tem vindo a passar nos últimos anos e esta geração mais nova que agora chegou aos 20 anos, está de uma maneira ou de outra um bocadinho... desorientada. Senão, veja-se a sequência: nos anos 60 tivemos os hippies. Nos 70, o disco. Nos 80, o pop. Nos 90, a geração "rasca"... e a partir do ano 2000 a Geração Morangos com Açúcar. E é precisamente sobre esta nova geração que hoje vou escrever. Que são os mais novinhos e que agora chegam à idade em que precisam ainda de levar uns puxões de orelhas, e mesmo assim, não vão lá.

Veja-se um exemplo. Na moda, em vez de quererem inovar... limitam-se a imitar (o vulgo, corriqueiro, estilo Cristiano Ronaldo para os rapazes). Na música, imperam os re-mixes de temas com os quais eu nasci, nos anos 70. Na escola, quem é o maior, é precisamente quem sabe menos. E por aí fora. E de repente, nesta geração, estão em idade de se casarem e constituirem família. E depois? Na Geração Moranga, os produtos como que caem já pré fabricados do céu fantástico do telemarketing, ou melhor ainda directamente de um hipermercado online. Ou ainda melhor e aí sim, a cereja no topo do bolo, vem directamente das cadeias de fast food.

Tenho um grande amigo, por quem nutro uma grande amizade que está precisamente nesta fase da vida, e a quem dedico inteiramente este post. Para ele, a comida, ainda que venha da terra (bendita educação de raíz que teve...) mas aparece milagrosamente cozinhada no prato. E é directamente pronta a comer. Não há trabalho prévio (para ele), a cozedura é controlada em poucos minutos (para ele) e voilá tudo pronto a comer. E claro, qualquer tipo de trabalho extra em casa é coisa que alguém há-de fazer. Portanto, e apesar de uma saudável educação de base, está quieto quanto a tudo o resto. Cozinhar, nem pensar nisso! Lavar a loiça? Pior um pouco... Limpar a casa, alguém há-de limpar. E este grande amigo está a poucas semanas de se tornar pai, e veremos o que vai trazer em prol da educação do novo rebento que está a caminho.

Mas infelizmente, ele não é único. Tenho a certeza que centenas de pessoas por esse mundo fora são exactamente iguais. Felizmente existirão excepções. Mas não é por isso que deixo de gostar menos deste amigo, e é dele a foto que ilustra este post, e que mostra precisamente dois specimen femininos da respectiva Geração Moranga, de garrafa de Vodka Preto na mão, e ainda nem eram 18 horas de uma bem passada terça feira. E são estes os que vão educar a próxima geração...

(Desculpem-me os mais novos se soei a Velho do Restelo...)

(Agradeço ao Bruno do blog http://spotterblog21.blogspot.com/ pela foto e pela inspiração para escrever o post sobre a geração mais nova...)